4 de maio de 2006

MODELO SOCIAL

Hoje ouvi a mais extraordinária declaração de um político. Pareceu-me sincera.
O deputado (creio) do CDS (não me lembro o nome...) que participa do programa televisivo "A Quadratura do Círculo" afirmava que gostaria que em Portugal o Estado tratasse as pessoas da mesma forma, independentemente dos seus rendimentos. Historicamente a sua posição situa-se no final do feudalismo. Mas ao contrário. O que ele propõe, pressuponho, é que quem ganha mais desconte o mesmo, pague as mesmas taxas moderadoras nas instituições públicas e por aí fora.
É o princípio do "se és pobre, a culpa é tua".
No fundo estaria certo... Se a maioria dos portugueses não achasse que é melhor viver numa sociedade com menos miséria ainda que a maior riqueza pague um preço. Aquilo que os padres chamavam dantes "caridade" e que agora se pensa mais como "solidariedade" (que é o mesmo sem pedir o beija-mão agradecido).

Por falar em desgraças. 85% dos pensionistas portugueses ganham menos que o salário mínimo nacional português. E o número impressionante de 3000 ganha reforma milionárias.
Fiz uma conta por alto (ainda inspirado pela presidência cavaquista) e em números redondos diria que estes eurototalistas levam do erário cerca de 15 milhões de euros por mês. Ou seja, o equivalente a 42.858 reformados normais.

Alguém que me explique a razão por que esta situação me deixa perplexo...

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